A Responsabilidade da família e do meio

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Cada ser humano, sendo marcado por determinadas predisposições em consequência da sua educação e das suas vivências, é detentor de uma certa “bagagem interior”, com provisões para o caminho que terá de percorrer durante a vida. E cada idade tem as suas etapas penosas, no decorrer das quais o ser humano tem necessidade de compreensão e apoio.



O tipo de educação proporcionada aos jovens pode ser determinante na adopção de certos hábitos. A atitude dos pais reveste-se de grande importância: se por cada indisposição, a mãe recorre de imediato aos medicamentos; se para evitar situações desagradáveis o pai se refugia sistemáticamente no escritório; se ambos são grandes fumadores ou bebedores, todos estes factores acabarão por infuenciar os filhos. A indiferença, a incompreensão, a insegurança ou a superprotecção dos pais podem, igualmente, encorajar o desenvolvimento de uma dependência. Pelo contrário, se na família existe um clima de diálogo, de compreensão e de abertura, se os conflitos são analisados e discutidos, o jovem encontrará melhores condições para se proteger contra o consumo de drogas.
Por isso a reacção do ambiente é determinante. Como outras crises, a dependência pode desencadear perturbações no desenvolvimento e no crescimento:
Um jovem reprimido ou excluído, em consequência dos seus problemas (toxicomania, insucesso escolar, crise na adolescência), não poderá evoluir; se um estudante não encontra amigos na sua turma, se os colegas formam pequenos grupos fechados e ele não consegue inserir-se em nenhum... este jovem sofre interiormente e sente-se incompreendido.
Quando uma pessoa é despedida ou as suas condições de trabalho se alteram, gera-se um clima de mal-estar: o sentimento de insegurança, as tensões, as cóleras e decepções podem surgir.
Estas situações, embora passageiras, podem ser determinantes no começo de uma dependência. Se forem recalcadas, ignoradas ou escondidas, a vulnerabilidade relativamente às drogas aumentará. Esta será tanto menos provável quanto maior for a responsabilidade de diálogo, com a família ou os amigos, acerca das tensões e vivências negativas do sujeito.

Bibliografia:
Andrade, Maria Isabel; (1994). Saúde; A Face Oculta das Drogas.

Fonte da imagem: http://www.deviantart.com/

0 comentários: