Métodos de Tratamento

terça-feira, 19 de maio de 2009



A desintoxicação — embora tudo se faça para evitar que seja demasiado penosa — é uma etapa importante que ainda causa medo. Consiste na supressão progressiva da droga, tendo em conta a síndroma da abstinência (particularmente sentida com os opiáceos) e dos sofrimentos que esta provoca. Mas a desintoxicação não é um tratamento, apenas constitui um meio para atingir outro fim: reencontrar a inserção social e o prazer de estar vivo.

Este método, embora atinja um número limitado de toxicodependentes, tem a vantagem de propor uma diversidade de terapias. Alguns começam por tratamentos ligeiros, depois, insatisfeitos, passam a tratamentos mais pesados. Outros fazem o caminho inverso. Aí reside a importância das diversas opções terapêuticas: «Vou envolver-me num tratamento de fundo numa comunidade terapêutica», «vou tentar curar-me, sem recorrer a outros produtos, apenas com a simples psicoterapia», vou procurar a ajuda num centro de dia», ou ainda «vou tentar uma terapia de manutenção, à base de metadona».

A metadona é uma substância química sintética, apresentando-se sob a forma de líquido ou de comprimidos. Este sucedâneo do ópio foi criado, como analgésico, durante a 2.a Guerra Mundial, na Alemanha. O seu efeito é comparável ao da morfina ou da heroína e, por isso, é utilizada como medicamento de substituição à heroína. O toxicodependente recebe, no centro, o seu produto dissolvido num líquido e nunca sob a forma injectável. Com a ajuda deste medicamento, cria-se um efeito de sedação psicossocial. No caso de ser correctamente administrada, geralmente, não provoca distorção da percepção, não impedindo o exercício de uma profissão, nem mesmo a condução automóvel. No nosso país, numerosos toxicodependentes recebem, diariamente, a metadona sob controlo médico e, simultaneamente, são acompanhados por um serviço psicossocial. A finalidade destes programas tem em vista a sua reintegração social, através da recuperação da sua saúde física e mental.

A recuperação pela metadona tem, igualmente, um fim preventivo, ao impedir que a sida se propague através das seringas infectadas. Embora possa ajudar uma pessoa a libertar-se da heroína e permitir-lhe retomar a vida normal, a sua utilização, regular e sistemática, constitui, por seu turno uma dependência, pelo que deve ser adoptada como solução transitória.

Bibliografia:

Andrade, Maria Isabel; (1994). Saúde; A Face Oculta das Drogas.

Fonte da Imagem:
http://mzrehab.deviantart.com/art/Rehab-83012716





0 comentários: