Como reconhecer alguém que se droga

terça-feira, 19 de maio de 2009



À parte as intoxicações elevadas, o consumo de drogas poderá não se revelar, com evidência, aos familiares do consumidor. Mesmo quando existem dúvidas, só as análises clínicas o podem comprovar. Porém, numa relação afectiva será necessário recorrer a provas, como em matéria judicial? Não se correrá o risco de criar um clima de suspeição doentia?

Não se trata de ser desconfiado, mas de estar atento. Sabemos que alguém se droga porque, à sua maneira, dá-no-lo a entender, chegando, por vezes, a confessá-lo. Porém, nem sempre acontecerá assim. Embora não existam sinais concretos que revelem a existência de uma toxicodependência, existem sintomas aos quais se deve dar atenção: desinteresse e dificuldades inesperadas na escola, más notas, necessidades consideráveis de dinheiro, consumos repetidos de certos medicamentos, hepatite viral, alterações profundas no comportamento: isolamento e dificuldade em arranjar amigos, rompimento com amizades de longa data, falta de entusiasmo e indiferença perante tudo, oposição permanente a tudo e a todos, perda da alegria de viver, reacções negativas, tendências suicidas, acessos de raiva e crises de desespero perante situações adversas, incapacidade para enfrentar as dificuldades.

Quando um casal suspeita da toxicodependência do filho, a conversa deve centrar-se, não exclusivamente sobre o problema da droga mas, acima de tudo, sobre a relação com os colegas, a vida na escola e em família. Assim se poderá obter uma informação acerca dos problemas com que o jovem se depara no meio. Se é habitual discutirem-se em família as regras de vida em comum, se pais e filhos conversam acerca do seu quotidiano, então existirão mais probabilidades para abordar as eventuais experiências do jovem com a droga e o significado de que as mesmas se revestem para ele.

Se na família reina um clima de confiança, o diálogo será francamente facilitado. Porém, a discussão dos problemas, numa base de confiança, não significa que tudo deva ser sempre harmonioso em família, nem tão pouco a inexistência de conflitos ou confrontos. A possibilidade de expressão de sentimentos e opiniões contrárias pode ser um meio para abordar e enfrentar os conflitos.

Bibliografia:

Andrade, Maria Isabel; (1994). Saúde; A Face Oculta das Drogas.

Fonte da Imagem:
http://theteenidol.deviantart.com/art/Heavenly-Junkies-50871430





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